quinta-feira, 30 de junho de 2011

Movimentos leves




Está um corrupio por aqui. Passa um carro de meia em meia hora, pessoas mal se vêem e chove.
Eu? Limito-me a observar e a ler-te. Ler aquilo que não me queres dizer, que limitas a exprimir num dormir sorridente. Movimenta-se o meu coração a dez mil à hora e os olhos ficam molhados como o passeio lá fora. É um choro alegre… alegre por poder observar-te tão sossegada aqui no seio do meu abraço e junto a este meu coração anteriormente vadio.

E lá vai mais um carro, e lá vai mais meia hora a olhar-te. Tento imaginar o que sonhas para me poderes levar pela brisa leviana que entra pela janela. Levaste-me para fora deste mundo imundo, deste corrupio aborrecido e deste deserto frio. Ensinaste-me a seguir todos os passos rumando a algo luminoso e em crescendo. Passo-te a mão pela cara, como um gesto de agradecimento… mas que gesto pode agradecer algo tão imenso? Que palavras podem mencionar quanto bate o coração quando usas o código que só tu sabes para entrares? Nada.

Apenas quero que me deixes moldar-te. Sou brusco e deixo um bocadinho de ferida, mas deixa-me manusear-te. Deixa! Sei que és como granito, eu sou mais calcário. Tu és forte, quase inquebrável! És linda e aplicaste em todos os sentidos da minha alma. Sou maleável, um pouco instável. Amargo e provoco uns estragos quando em mim corre a água do sentimento irritadiço. Não queria de modo nenhum que fosses barro.

Que seria do Peter Pan sem a sua Sininho? Nada.

Vês? Já me levaste na tua brisa de tal maneira que nem quero voltar. Já estou intrometido no teu adormecer sorridente. Deixa-me aqui estar, aconchegado. Podes mexer-te, és granito e sei que ao teu lado nada me acontece.
Deixa-me estar e fica também… Ficaremos sempre assim, a ouvir tudo e nada, a ler-nos um ao outro como quem lê uma simples frase: “AMOR”. A sentir uma brisa fresca que nos refresca porque somos calor.


Deixemo-nos estar aqui, deixemos…

quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Pequena Dor"

Estou pouco inspirado hoje. Sinto-me um livro cheio de folhas mas sem nada escrito. Estou como chuva que não molha – caio intensamente, mas não atinjo nada. Não sei que escrever.

Tenho um turbilhão de pensamentos a fervilhar-me na cabeça, um nervoso miúdo que me faz trincar o lábio enquanto abano a perna incessantemente. Penso demasiado. Repenso no que fiz mal, naquilo que menos bem fiz e sinto-me culpado por tê-lo feito. Penso no futuro, e não penso em nada. Há tanto para preencher nesse futuro incerto. Analisando o passado e o presente para perspectivar o futuro, vejo que nada é como quero. Serei mimado ao ponto de ficar assim por nada ser como quero? Não sei. Aliás, até sei. Sei que nada sei, e isso chateia-me.

Tenho em mim um chatear nublado, que teima em ficar e pairar sobre mim. Sai! Sai de cima de mim. Traz-me o “eu” a que fui habituado a ser. Aquele que vivia a vida como ela tem de ser vivida. Sorrindo. Dando a minha energia e boa-disposição a quem me rodeava. Sinto-me amargo, confuso e desanimado. Complico? Não sei. Sei que não me sinto bem assim, que quero mudar… Mas é complicado.

Tento fazer um esforço, tento dar um sorriso e um ânimo. Mas… serei eu assim tão falso, que até chego a fingir a felicidade? Serei eu egoísta ao ponto de não ser verdadeiro com quem me quer bem? Questões que me rodeiam… a tal nuvem sabes? A felicidade tenho-a toda em mim. Será que o que me falta é força para partilhá-la? Será que é por não conseguir expô-la?

Olho para tudo o que me rodeia. Escasseia em mim aquela capacidade de atribuir a tudo o que vejo um sorriso amarelo como o sol, como antes o fazia. Tenho medo! Medo que perca de vez essa virtude e que, com isso, perca o meu Sol. Sim, tu. Quero-me de volta. Só quero isso.

Só peço isso…

terça-feira, 28 de junho de 2011

Welcome, new friend

Antes de mais, queria dar as boas vindas a mim mesmo e congratular-me por ter criado um espacinho pra mim.. andava para o fazer há algum tempo, no entanto, a minha abstracta vida não me deu hipóteses até o dia de hoje.

Bem, espero que gostem de sair do mundo real e entrar numa relatividade um bocadinho abstracta.

See you.