quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Pequena Dor"

Estou pouco inspirado hoje. Sinto-me um livro cheio de folhas mas sem nada escrito. Estou como chuva que não molha – caio intensamente, mas não atinjo nada. Não sei que escrever.

Tenho um turbilhão de pensamentos a fervilhar-me na cabeça, um nervoso miúdo que me faz trincar o lábio enquanto abano a perna incessantemente. Penso demasiado. Repenso no que fiz mal, naquilo que menos bem fiz e sinto-me culpado por tê-lo feito. Penso no futuro, e não penso em nada. Há tanto para preencher nesse futuro incerto. Analisando o passado e o presente para perspectivar o futuro, vejo que nada é como quero. Serei mimado ao ponto de ficar assim por nada ser como quero? Não sei. Aliás, até sei. Sei que nada sei, e isso chateia-me.

Tenho em mim um chatear nublado, que teima em ficar e pairar sobre mim. Sai! Sai de cima de mim. Traz-me o “eu” a que fui habituado a ser. Aquele que vivia a vida como ela tem de ser vivida. Sorrindo. Dando a minha energia e boa-disposição a quem me rodeava. Sinto-me amargo, confuso e desanimado. Complico? Não sei. Sei que não me sinto bem assim, que quero mudar… Mas é complicado.

Tento fazer um esforço, tento dar um sorriso e um ânimo. Mas… serei eu assim tão falso, que até chego a fingir a felicidade? Serei eu egoísta ao ponto de não ser verdadeiro com quem me quer bem? Questões que me rodeiam… a tal nuvem sabes? A felicidade tenho-a toda em mim. Será que o que me falta é força para partilhá-la? Será que é por não conseguir expô-la?

Olho para tudo o que me rodeia. Escasseia em mim aquela capacidade de atribuir a tudo o que vejo um sorriso amarelo como o sol, como antes o fazia. Tenho medo! Medo que perca de vez essa virtude e que, com isso, perca o meu Sol. Sim, tu. Quero-me de volta. Só quero isso.

Só peço isso…

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